...com alma, com gentes, com sabores, com sensações, com saudades...

quarta-feira, maio 17, 2006

nova MASCOTE do centro





Chama-se: "epi"

"ludoteca com nova cara"




segunda-feira, maio 15, 2006

Terras da Beira

São cada vez mais os mortos que povoam os cemitérios e menos os vivos que ficam. Os jovens saíram pelas estradas que invadiram o seu habitat. Fugiram das courelas que irmãos disputavam à sacholada e à facada, dos regatos que secaram a caminho das hortas, da humidade que penetrava as casas e os ossos e da pobreza que os consumia.

Não há estímulo para permanecer. Não se percebe que as penedias tivessem custado vidas na disputa da fronteira, que homens se tivessem agarrado aos sítios e enchido de filhos as mulheres que lhes suportavam o vinho, a rudeza e os maus-tratos.

Os tempos mudaram e os campos, abandonados, são pasto de chamas que lhe devoram os arbustos, no estio, e os entregam à erosão.

Os funerais são o momento de fazer o recenseamento dos que resistem. Nas missas, os padres em via de extinção debitam com ar sofrido a homilia, com pressa de passar à paróquia seguinte e sem coragem para falar do Inferno. Ora, sem medo, sem ameaças e sem convicção não há fé que resista ao ar lúgubre de uma igreja, ao frio do lajedo e às imagem que substituíram as antigas que rumaram aos antiquários.

Falar de castidade a quem a idade condenou, dos malefícios do aborto a quem passou há décadas a menopausa e na obrigação de aceitar os filhos que Deus mandar a quem já não é capaz de os gerar, é persistir em rotinas que a desatenção e a demência cultivam.

Há dias fui à Beira onde nasci. São poucas as pessoas que permanecem. O País inclina-se perigosamente para o mar com o interior despovoado, a caminhar para o deserto. Outrora, aquela zona foi um alfobre de gente, hoje é um cemitério de recordações em vias de extinção.

A nossa incúria vai reduzindo Portugal a uma estreita faixa com mar à vista. Até o Presidente da República diz que devemos virar-nos para o mar. É uma forma de nos afogarmos de frente.

Foi esta regionalização que o PSD e o CDS quiseram.

segunda-feira, maio 08, 2006

O que te vão fazer "velho mercado"

Uma vez mais na ignorância.

À pergunta “o que vão fazer aqui no mercado velho?”, ninguém me responde (continua a Miuzela apática que nem o estrondo da queda do pinho redondo soube acordar). Será que não devemos ser informados do que se pretende fazer ao velho mercado? Não devem os responsáveis políticos dar, por aviso público, em reunião da assembleia aberta ao público, outra maneira que agora não me ocorre, conhecimento aos miuzelenses das suas intenções para aquele espaço? Ou essa parte fica apenas para os momentos pré-eleitorais em que se anda na caça ao voto.

Se a minha presença é incómodo, então que convoquem a reunião para o meio da semana, assim terão a certeza que não irei, mas ao menos o povo ficará a saber das coisas.

Dirijo-me também aos elementos da assembleia que foram eleitos pelo partido minoritário, que com o poder que lhes confere a al. b) do n.º 1 do artigo 14.º da lei das autarquias locais, podem solicitar, ao presidente da Assembleia de Freguesia, convocação de uma sessão extraordinária de esclarecimentos aberta ao público.

A juntar a tudo isto, não sei se foi feito um estudo de impacto ambiental, para aferir da influência que terá para o ecossistema da Miuzela o rebentamento (não sei se vai haver este rebentamento, ainda não me informei acerca disso) daquela laje histórica (escrevi esta parte apenas para alertar a Quercus para este facto…:o).

O meu sonho sempre foi ver naquele espaço, um anfiteatro natural escavado na laje (rocha), pois a sua inclinação assim o dá a entender. Um local para espectáculos de teatro e dança, palestras e outras actividades ao ar livre (ou com uma coberta para os devidos efeitos). Ao seu sopé um conjunto de mesas e cobertas, que desse para se jogar à sueca, dominó ou xadrez, dar um, conviver, em suma passar um bom bocado.

Como a vontade, não de parte dos órgãos responsáveis, lá irei eu pedir novamente esclarecimentos ao presidente da freguesia, das 14:00 às 15:00 h, terças, quintas e sábados (se lá estiver…claro).

Devo ser eu que sou um eterno sonhador… paciência.












A nossa "escolinha"

Est� muito bonita
e valeu a espera.

Os nossos meninos ir�o aprender
melhor,
e sair grandes doutrores
agora nesta nova
escolinha.

Parab�ns a todos os que se
esfor�aram por o conseguir,
especial
Junta de Freguesia

segunda-feira, maio 01, 2006

Notas Soltas - Abril/2006

Constituição/1976 – Trinta anos após a aprovação, com alterações que o tempo e as circunstâncias aconselharam, mantém-se a referência do ordenamento jurídico e aval dos direitos, liberdades e garantias que, durante 48 anos, foram negados aos portugueses.

Carlos Fabião – Com a morte do ex-Governador da Guiné e chefe do EMGE, a democracia perdeu uma referência emblemática e um dos mais empenhados e generosos militares de Abril. Sofreu agravos e o ostracismo com enorme coerência e dignidade.

Marcelo Rebelo de Sousa – A situação de comentador televisivo confunde-se com as funções de conselheiro de Estado, não se percebendo se as suas afirmações são recados, opiniões ou intrigas.

Santos Cabral – A demissão, por razões de confiança política, não beliscam o decoro do ilustre juiz conselheiro, ao contrário da do antecessor cuja conduta atingiu o prestígio próprio, o da PJ e a honra de Ferro Rodrigues.

Iraque – O julgamento de Saddam é uma farsa. Os crimes sSão indefensáveis e sobram razões à acusação, mas mingua legitimidade aos julgadores. A verdade que se pretende apurar colide com a mentira que se quer apagar – o motivo falso da invasão.

Berlusconi – A postura, a linguagem e os interesses eram intoleráveis. O desaire da direita, daquela direita, pôs fim ao populismo, nepotismo e confusão de interesses públicos e privados. Tal como no poder, Berlusconi foi mesquinho na derrota.

Romano Prodi – A vitória é um desafio à unidade da esquerda. Feito o que era urgente – afastar Berlusconi –, falta o mais difícil, dignificar o Estado, pôr a economia a funcionar e manter a estabilidade governativa.

Irão – Os avanços nucleares e as declarações agressivas dos ayatollahs, com fortes motivações de hegemonia política e proselitismo religioso, justificam a apreensão mundial e vigilância estreita.

Vaticano – A aproximação à Sociedade S. Pio X (SSPX), onde sobressaem dois bispos abertamente fascistas e anti-semitas, é um indício dos caminhos que a ICAR se propõe trilhar com quem excomungou no anterior pontificado.

STJ – O acórdão que considera «lícito» e «aceitável» que uma funcionária de um lar de crianças deficientes, dê «estalos», «palmadas» e feche crianças em quartos escuros como medidas educativas, faz considerações deploráveis e jurisprudência inaceitável.

Espanha – Dia 14 comemorou-se o 75.º aniversário da II República que forças obscurantistas e reaccionárias derrubaram para impor a ditadura que oprimiu, torturou, exilou e assassinou centenas de milhares de patriotas e democratas.

Filipinas – A crucificação de fiéis, a evocar o sofrimento do seu Deus, não é um acto de piedade, é a violência que mostra a face da Igreja – a crueldade com que o clero conserva e promove uma fé arcaica, indigna do ser humano.

Israel – O atentado suicida que matou dez israelitas e feriu 60, com o Hamas a recusar condená-lo, compromete a Palestina e desmotiva os que apoiam a sua causa, indiscutivelmente legítima.

Madeira – O encerramento da Assembleia Regional no dia 25 de Abril, data a que deve a existência, é um insulto patético de Alberto João Jardim que fez o tirocínio democrático na escola do Estado Novo e o de boas maneiras em Chão da Lagoa.

25 de Abril – 32 anos depois, há quem exonere da lapela o cravo e da memória a Revolução, parasitas de alheia coragem, a comer frutos da árvore que não plantaram e a repoltrearem-se à farta na mesa que não puseram.

Chernobyl – A explosão com a força de 200 bombas como a de Hiroxima é uma tragédia viva e uma dolorosa recordação cujas feridas permanecem. Chernobyl é uma catástrofe em aberto, um laboratório de horrores e uma memória por encerrar.

Cavaco Silva – Foi estranho o entusiasmo dos aplausos do PSD e do CDS, na AR, ao discurso marcado por fortes preocupações sociais. Terá sido desatenção, dureza de ouvido ou oportunismo?

CDS – O azedume à Constituição da República é a reacção natural de um partido que nunca condenou a de 1933 nem sentiu a necessidade de existir enquanto a ditadura oprimiu o povo português.

Itália – A Esquerda conseguiu assegurar, para além da presidência do Governo, a da Câmara de Deputados e do Senado. Com margem tão escassa, o futuro Governo não aguenta a legislatura mas o País já não tem de aguentar Berlusconi.

Agricultura – A CAP viveu vinte anos à custa dos subsídios da União Europeia enquanto a agricultura definhou e morreu. O ministro Jaime Silva quer pôr termo ao parasitismo. Que não lhe doam as mãos. Portugal conhece esses «agricultores».

Monumento ao 25 de Abril em Almeida – Continuam favoráveis os ventos que sopram da CMA. Não podemos esperar que se faça já o que em sete anos se não fez.

aesperanca@mail.telepac.pt