...com alma, com gentes, com sabores, com sensações, com saudades...

quinta-feira, março 30, 2006

Abre "LUDOTECA" na Miuzela

segunda-feira, março 27, 2006

Esteve na Miuzela o "Bom Pastor"


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sexta-feira, março 24, 2006

A Casa de Cultura Prof. Dr. José Pinto Peixoto em 2006

Assinalando o 10 º aniversário do falecimento do ilustre Miuzelense e insigne cientista de renome mundial Professor Doutor José Pinto Peixoto, o Plano de Actividades da Casa de Cultura terá como seu ponto mais significativo a realização, no dia 6 de Dezembro, de um colóquio em sua homenagem promovido sob o alto patrocínio da Universidade da Beira Interior (UBI), sobre o tema geral “Pinto Peixoto e a Ciência”.
Por outro lado, dando continuidade ao programa “Sessões de Verão” na Miuzela, está prevista a realização de uma nova sessão no dia 6 de Agosto, evocando os dez anos da publicação da obra “Miuzela – A Terra e as Gentes”, da autoria do Professor Doutor José Pinto Peixoto. Durante a sessão serão entregues os prémios “Professor Doutor José Pinto Peixoto - Ensino Básico 2006”, aos concorrentes melhor classificados.
Numa alteração da modalidade anterior do prémio “Escola da Miuzela”, no corrente ano foi alargado o âmbito do concurso, podendo candidatar-se ao novo “Prémio Professor Doutor José Pinto Peixoto - Ensino Básico 1 º Ciclo”, todos os alunos naturais ou descendentes da Miuzela que frequentem o 4 º ano, em qualquer escola nacional ou no estrangeiro, no ano lectivo 2005/2006. Lembra-se que o prazo de candidatura termina a 31 de Maio. O regulamento poderá ser consultado pelos interessados no jornal “Miuzela Arriba”, n º 36, de Outubro a Dezembro de 2005 e no “site” www.associacaoprofessorjpintopeixoto.org
Pelo quinto ano consecutivo, continuará a ser atribuído o “Prémio Nacional Professor Doutor José Pinto Peixoto - Ensino Secundário” ao aluno que, a nível nacional, concluir com melhor classificação o Ensino Secundário no ano lectivo 2005 – 2006 e que a ele concorra nos termos do respectivo regulamento, já remetido à Direcção-Geral do Ensino Secundário e às Direcções Regionais de Educação para divulgação a todos os Estabelecimentos de Ensino Secundário do Continente.
Concretizando um projecto da “Comissão para as Comemorações Nacionais em Homenagem ao Professor Doutor José Pinto Peixoto”, a Associação irá patrocinar a publicação de uma obra reunindo as comunicações apresentadas aquando da referida consagração nacional.
Para lembrar na Miuzela o 10 º aniversário do falecimento do Professor Doutor José Pinto Peixoto será realizada, no dia 8 de Dezembro, uma sessão cultural evocativa. Durante a cerimónia será feita a entrega do “Prémio Nacional – Ensino Secundário” ao concorrente vencedor.
Paralelamente, serão propostas outras iniciativas institucionais complementares às anunciadas, para homenagear de uma forma mais alargada possível, a nível municipal, distrital e nacional, a figura do Professor Doutor José Pinto Peixoto, no ano do décimo aniversário do seu falecimento.
Após anos de inúmeras diligências burocráticas, está finalmente prevista a realização, no próximo dia 21 de Abril, da escritura de doação à Associação, por D ª Judite Correia Pinto Peixoto, do prédio sito à Rua da Botica, para, conjuntamente com o prédio anexo já adquirido, se instalar a sede definitiva da Associação e a Casa de Cultura. Infelizmente, a desactualização dos registos respectivos e a complexidade do processo atrasaram por muito mais tempo que o esperado a formalização da doação. É certo que teria sido mais rápido e fácil, e porventura menos onerosa a construção de um imóvel novo de raiz. Mas os objectivos da Associação passam, também, pela valorização do património arquitectónico tradicional, porque é nele que reside o interesse das nossas aldeias rurais e é dele que poderão advir mais valias para o seu desenvolvimento.
Logo que realizada a escritura, haverá, ainda, que proceder à anexação das duas fracções adquiridas, através de uma operação de loteamento, bem como ao destaque formal de uma fracção, já na prática individualizada ao tempo da aquisição do prédio, diligências que demorarão mais algum tempo, mas que não poderão deixar de ser previamente efectuadas para, finalmente, se poder tratar da licença de obras.
É objectivo da Associação atingir, no final de 2006, o número total de 150 sócios. Se ainda o não é esperamos a sua inscrição, honrando com o seu contributo a memória do ilustre filho da Miuzela que foi o Professor Doutor José Pinto Peixoto e colaborando na realização dos fins da Associação. Prosseguem, entretanto, diligências, no sentido da obtenção de mais apoios financeiros para custear as obras a realizar e as actividades a desenvolver, sendo merecedor de destaque especial o apoio que todos os anos a Associação tem recebido da Câmara Municipal de Almeida.
Em todas as acções culturais promovidas, a Associação tem contado com a disponibilidade do Rancho Folclórico e do Grupo de Teatro, Danças e Cantares, ambos da Miuzela, que com o entusiasmo e qualidade artística dos seus elementos, têm contribuído para um maior brilho e dignidade das sessões realizadas. E vai continuar a contar.
Como temos vindo a afirmar repetidas vezes, exaltando a memória do distinto e saudoso Miuzelense Professor Doutor José Pinto Peixoto, a Associação pretende simultaneamente contribuir para um maior conhecimento e desenvolvimento da Miuzela e para a valorização social, cultural e cívica das suas Gentes, muito especialmente das suas gerações mais jovens.
O Presidente
Augusto José Monteiro Valente

quinta-feira, março 23, 2006

Miuzela - O dia de mercado

A morte não é só a injustiça que refere Saramago, é uma divina patifaria à espera da manifestação de repúdio adiada pela complacência, cobardia de quem teme atirar pedras ao algoz. É difícil perceber como vivos provisórios, sem nada a perder, se resignam, sem luta, a tornar-se mortos vitalícios.

Não serei eu que os convoco para o exercício cívico de um dever de cujo êxito não estou seguro, mas também não os acompanharei na subserviente gratidão por cada dia de vida que gozam enquanto esquecem agravos para com entes queridos que foram.

Mingua-me, aliás, a autoridade. Partiram os avós e eu nada fiz, chorei apenas. Dói-me recordar a avó que ainda me sorri com o sorriso que lhe via quando a convocava a acompanhar-me à poça de lama onde eu caíra, a exigir-lhe a mão para me levantar de novo onde antes tivera de o fazer sozinho, e a dizer-me meigamente, filho, és quase tão bom como bruto e és tão bom. E o avô, generoso, a repartir sempre o que tinha sem nunca o arrefertar, a insistir comigo para que comesse. Depois foram os pais e fiquei sem retaguarda.

À medida que foram as pessoas que amámos, apreciamos mais as coisas que eram. E invade-nos a saudade pela nogueira sob cuja copa jogávamos à bisca, cortada para lhe porem uma casa no sítio. Onde então estavam as raízes passam hoje canos; no lugar das nozes secam peúgas e cuecas no estendal; aquela pedra que suportava o baralho, donde biscávamos as cartas, está algures na parede da casa rebocada se, acaso, lhe deram préstimo. Sobre a videira de moscatel cujas uvas resistiam à nossa gula, defendidas por uma mistela que punha os garotos de soltura e lhes arriscava a vida, foi construída uma garagem. Até a macieira velha onde todos os anos sobravam duas ou três maçãs para o rebusco foi sepultada por uma máquina cujos roncos saíam da nuvem de pó que anunciava a nova méson do emigrante. Roubaram-nos as sombras, os sítios e, sobretudo, a memória daquelas tardes em que jogávamos às cartas até à hora em que o sol, depois do seu pôr, deixava no horizonte uma auréola rosácea a indicar onde se ocultava.

A terceira quinta-feira de cada mês era dia de mercado. Nas tendas vendiam-se sapatos, pentes, fazendas, canivetes, alfaias agrícolas, espelhos redondos com emblemas de clubes de futebol por trás e molduras com a senhora de Fátima e os três pastorinhos. Um negociante comprava a dois contos o quilo de lenticão, fungo do centeio, pequenos cornos cujos alcalóides faziam, sei-o hoje, as delícias dos farmacologistas e a fortuna da indústria farmacêutica que os convertia em remédios para variadas moléstias enquanto, ao lado, um negociante comprava lã com a arroba a valer dezasseis quilos, um era para a merma. Por cima dos barrocos, em precário equilíbrio, barris de vinho esvaziavam-se ao ritmo dos negócios e da sede a caminho de estômagos vazios ou com fritos à espera.

Os solípedes valiam mais na altura das colheitas e desvalorizavam no inverno por via da escassez dos fenos. Os porcos começavam a comprar-se na Primavera para criação e no Outono para engorda. Os borregos e os cabritos tinham a sua época. As vacas e os vitelos valiam uma fortuna mas custavam a criar. Às galinhas pedia-se um certificado de que não tinham moléstia, certificado que logo era passado por palavras de quem vendia, e que valia o mesmo do que isentava da peste o porco que se comprava para criar. Entre as dez da manhã e as cinco da tarde fazia negócio quem podia, depois era levantar a quitanda, o que tinha a dar já fora, toca a arrumar a tenda e ala que se faz tarde, era milagre não haver três ou quatro furos aos cem quilómetros nos carros ligeiros e camionetas.

Era então que os garotos competiam para se dependurarem na escada fixa que conduzia ao tejadilho da Vencedora, camioneta sem janelas que misturava mercadorias e feirantes no interior, e regressavam a correr para apanhar outra camioneta para, dependurados nos taipais, voltarem a fazer a viagem do Espadanal até à vinha do Panelo e tentar ainda outra, numa competição por distância percorrida, puxados pelos motores que se queixavam do piso, do peso e da subida.

Os automóveis estacionavam sempre a descer, desconfiados os condutores da eficácia da manivela para despertar o ímpeto que os motores de arranque haviam de tornar uma brincadeira ao alcance de um leve toque na chave de ignição. Mas os automóveis eram raros e só consentiam um único garoto no pára-choques traseiro pois havia apenas o manípulo da mala para manter o equilíbrio durante os solavancos. As carroças, que os machos tiravam lestos, eram difíceis de ultrapassar pelos veículos motorizados mas deixavam indiferentes a pequenada.

O mercado era o frenesim mensal, a romaria laica, o destino de quem precisava de vender e de quem podia comprar, o ponto de encontro de produtos, afectos e suor, o lugar de partida de um negócio auspicioso ou de chegada para uma pneumonia de mau prognóstico. Nem a chuva nem o sol venciam o mercado que todos os meses se repetia.

Crónica publicada em 05-09-2003 no Jornal do Fundão.

quarta-feira, março 22, 2006

Prémio Prof. Dr. José Pinto Peixoto - Ensino Básico 1 º Ciclo

A Associação Casa de Cultura Professor Doutor José Pinto Peixoto decidiu instituir a atribuição anual de um prémio, denominado “Prémio Professor Doutor José Pinto Peixoto – Ensino Básico 1 º Ciclo”. Podem concorrer ao prémio todos os alunos naturais ou descendentes da Miuzela, que frequentem o 4 º ano do 1º Ciclo do Ensino Básico, alargando-se, deste modo, o âmbito de atribuição do anterior prémio - que era apenas destinado aos alunos que frequentavam a Escola da Miuzela – o seu valor e o número de premiados.
Trata-se de uma iniciativa que visa, em primeiro lugar, honrar e perpetuar a memória do ilustre filho da Miuzela, patrono do prémio, que foi um dos mais insignes cientistas portugueses e de reputação mundial no século XX, especialmente nas áreas relacionadas com a energética da atmosfera, um ilustre pedagogo e grande humanista.
Honrando o Homem, o Cientista e o Professor, a Associação pretende, simultaneamente, entre outros objectivos, divulgar a figura, a vida e a obra do seu patrono e exercer dessa forma uma função pedagógica dirigida, especialmente, às gerações jovens, cultivando e aprofundando nelas o seu exemplo, como referência estimulante para a sua formação académica e cívica.
Comemorando-se no corrente ano o décimo aniversário do lançamento da sua obra “ Miuzela – A Terra e as Gentes”, o apuramento dos vencedores do prémio terá como elemento determinante uma composição escrita sobre o tema “A Miuzela e o Professor Doutor José Pinto Peixoto”.
A Associação ficaria muito sensibilizada com uma ampla adesão a este prémio, solicitando a todos os pais o maior interesse e empenho no estímulo e apoio aos seus filhos. No fundo trata-se de contribuir para manter viva entre os mais jovens a memória da Terra e das Gentes da Miuzela.
O regulamento do prémio pode ser consultado no n º 36 do “Miuzela Arriba”, de Outubro – Dezembro de 2005, e no “site” da Associação: www.associacaoprofessorjpintopeixoto.org
Monteiro Valente

quinta-feira, março 16, 2006

A CAP e o ministro da Agricultura

A CAP é uma poderosa organização que engloba grandes proprietários que vieram do Estado Novo e se acomodaram mal à democracia.

Não deixaram, no entanto, de confiscar em seu proveito parte substancial dos fundos oriundos da Comunidade Europeia.

Ao pretender beneficiar pequenos e médios agricultores em detrimento dos grandes agrários, Jaime Silva comprou uma guerra com tal gente.

A manifestação de força e as arruaças da CAP são uma provocação e um desafio aos critérios de justiça que o ministro defende.

A animosidade da Confederação de interesses que se opõe ao ministro é a prova de que o actual Governo se pauta por critérios de justiça social e se emancipou da tutela da CAP.

No fundo, o que dói aos arruaceiros é que os subsídios para não produzir se transfiram para apoios à produção. São 500 milhões de euros, vindos de ajudas europeias, a que a CAP se julgava com direito graças às influências políticas de que sempre dispôs.

sábado, março 11, 2006

A posse do Presidente e Mário Soares

Mário Soares, foi à Assembleia da República, assistiu ao acto de transmissão de poderes e ao discurso do novo Presidente da República.

Depois de cumprir as obrigações mínimas, abandonou silenciosamente o palácio e não participou na cerimónia de apresentação de cumprimentos.

O assunto tem sido pretexto para censura e insultos à grande figura histórica de Mário Soares, por vários leitores.

Por isso, e só por isso, recordo aos impiedosos julgadores que, há dez anos, Cavaco Silva, ressentido com a derrota perante Jorge Sampaio, nem sequer foi à tomada de posse.