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sábado, fevereiro 25, 2006

Em apoio dos novos Órgãos Sociais

EM APOIO DOS NOVOS ÓRGÃOS SOCIAIS.

Em artigos anteriores abordei já os temas da cidadania e da participação cívica, mas nunca é demais voltar a eles.
Em determinadas regiões do país, correspondendo normalmente a comunidades rurais fechadas, estratificadas e envelhecidas, com baixos índices de escolaridade e fracos níveis de participação cívica e onde ainda impera uma mentalidade religiosa marcadamente tradicionalista, o messianismo político, centrado em ilusórios «salvadores da Pátria», é ainda uma atitude dominante entre as respectivas populações, que deles esperam a solução para os seus problemas. Fenómeno do mesmo tipo é o do patriarcalismo, em que os supostos «salvadores» são agora figuras políticas que, pela sua experiência e anciania, são elevados à categoria de «pais da Pátria» ou «reservas da República». Um e outro fenómeno reflectem a falta de dinâmica social, o alheamento dos cidadãos, a ausência de cidadania, a demissão democrática. Idêntico sentido pode ter a fidelização partidária ou pessoal do voto, que nessas mesmas regiões também muito acontece, primeiro caminho para o «caciquismo» tão característico da história democrática portuguesa, desde o liberalismo aos nossos dias.
Mudar mentalidades é um esforço à partida condenado ao insucesso. Solução mais correcta será apostar nas novas gerações, habituando-as desde cedo a desenvolverem o espírito crítico, a participarem na discussão dos problemas e a assumirem responsabilidades na sua resolução. Este é o caminho para uma cidadania activa, que vença a resignação, a indiferença e o imobilismo, e contribua, ao mesmo tempo, para a renovação geral da nossa vida democrática.
Por isto mesmo, e pelo muito mais que daí poderá advir para a Miuzela, se saúda a iniciativa e a coragem dos jovens que decidiram assumir nas suas mãos os destinos do Centro Social, Cultural e Desportivo Miuzelense. Que não lhes esmoreça o ânimo perante as dificuldades.
Monteiro Valente





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1 Comentários:

Blogger miuzela disse...

Não é excessivo afirmar que a revolução que se está operar na Miuzela é o único momento que se pode equiparar à "Revolta dos Padeiros" que tão bem é conhecido dos Miuzelenses!

E. Carmo Gonçalves

11:02 da manhã

 

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